12/09/2015 a 09/11/2015
O projeto “Intervenções” tem como objetivo apresentar artistas contemporâneos, no espaço interno (jardim) do Museu Lasar Segall. Cada artista deve elaborar uma proposta de instalação/intervenção, propiciando uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço público e artes visuais.
Nesse sentido, pensar em uma intervenção em um museu, onde o espaço de circulação é livre, é pensar em arte pública, inserida no conceito de que a arte contemporânea pode e deve ocupar qualquer espaço, seja um museu, galerias, praças e ruas.
O Jardim do Museu, com isso, transforma-se em uma “galeria” a céu aberto. Assim, o local ganha novos significados e estabelece, por meio da obra em exposição, um diálogo ativo com os visitantes. Ao mesmo tempo, o Museu amplia as possibilidades investigativas, introduzindo novos conceitos, ações e práticas nas tendências contemporâneas de arte.
Já foram expostos os trabalhos de Lygia Reinach, Regina Silveira, José Manuel Ballester, Mônica Nador, Edith Derdyk, Marilá Dardot e Marcelo Moscheta.

Rotatórias (Tête-à-tête), intervenção de Ana Maria Tavares, são confeccionadas em aço inox polido e posicionadas de maneira a criar um arranjo orgânico em meio ao jardim do Museu.
A artista assim descreve sua obra:
“Dotadas de caráter quase ao estilo art-nouveau, as esculturas brotam verticalmente como forma linear percorrendo um caminho veloz e sensual de volta ao chão, de onde surgiram. Aparentemente figuram como um jardim artificial e agigantado, uma vez que o metal tubular e espelhado de suas formas são como caules de plantas que se curvam, mimetizando a vegetação do entorno.
Porém, há na obra uma pegada perversa e intrigante que captura o passante, tal como uma planta carnívora detém o intruso em seu ambiente supostamente dócil. O corpo busca amparo e assim o visitante curioso é convocado a adentrar o espaço interno das peças facilitado pelas características familiares da obra: o material utilizado lhe é familiar. Do mesmo modo que nos espaços públicos o aço inox é corrimão e amparo para o corpo. Rapidamente as proporções das peças acolhem o visitante, deixando-o repousar seu corpo, o qual se adapta imediatamente à forma dada. Nas seis partes que compõem a totalidade da intervenção, cada pessoa poderá se instalar e ver as outras cinco: a obra abre caminho para uma interação inesperada
. Tête-à-tête é uma composição para cúmplices, um ambiente de encontro a céu aberto: é forma e função; um jogo entre o deleite visual da forma em sua condição pura e isolada e sua utilização como descanso do corpo. Nesse contexto as esculturas tornam-se mobiliário e vão cumprir a tarefa de transformar o atual caminho, aquele que liga a porta de entrada à sala de exposição ou ao café, em uma pequena praça, local onde o tempo é dilatado para simples fruição. Em vez de apenas atravessar o espaço, a intervenção pressupõe a possibilidade do encontro com o outro”.
Intervenções VIII – Ana Maria Tavares
De 12 de setembro a 9 de novembro de 2015
Diariamente das 11h00 às 19h00
Fechado às terças-feiras