31/03/2012 a 17/06/2012
A série “Intervenções” tem como objetivo apresentar obras no espaço interno (jardim principal) do Museu Lasar Segall. Essas obras devem propiciar ao público visitante uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, espaço e arte pública e artes visuais. Em 2011, foram expostos trabalhos de Lygia Reinach, Regina Silveira e José Manuel Ballester.
Com essas intervenções, o jardim do museu, anteriormente um simples espaço de circulação, transforma-se em uma “galeria” a céu aberto. Assim, o local ganha novos significados e estabelece, por meio da obra em exposição, um diálogo ativo com os visitantes. Ao mesmo tempo, o museu amplia as possibilidades investigativas, inserindo novos conceitos, ações e práticas dentro das tendências contemporâneas de arte.
Cabeças de negros, obra desenvolvida pela artista plástica Mônica Nador, inspira-se na xilogravura Cabeça de negro, de autoria de Lasar Segall. Trata-se de uma justaposição das duas cabeças: aquela feita por Segall, em 1929, e outra realizada em 2004, por um morador que participa do Jardim Miriam Arte Clube (Jamac). Uma diferença de 75 anos separa essas duas representações. A primeira, feita por um branco europeu que chega ao Brasil em 1923 e, contaminado pela cultura e por seu povo, desenvolve uma extensa “iconografia”; a segunda, um autorretrato, representação atual de um negro que vive na periferia da cidade de São Paulo. Tempos históricos distintos, mas que, no diálogo, trazem as marcas das diferenças, da desigualdade e da beleza.
Para a elaboração de texturas dos planos pictóricos que compõem a obra agora exposta, também foram utilizadas no trabalho da artista as imagens das conhecidas venezianas de Segall, criadas para a série do Mangue (Rio de Janeiro).
Mônica Nador é formada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP-SP). Sua primeira exposição individual é de 1983 no Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP). Em 1994, recebe a bolsa de estudos da Mid-America (EUA) e, a partir de 1996, por meio de mestrado com o mesmo tema desenvolvido na ECA-USP, a artista inicia os trabalhos aos quais se dedicará até os dias atuais: suas Paredes pinturas. Artista representada pela galeria Luciana Brito, desde 2004, desenvolve extensa atividade no Jamac, localizado na zona sul de São Paulo, onde funciona um espaço aberto de experimentação artística e cultural.
Para saber mais sobre o Jamac acesse: jamacarteclube.wordpress.com.