16/07/2011 a 03/03/2013
A presente mostra de longa duração, com obras e fotografias do nosso acervo, cobre toda a trajetória artística de Lasar Segall, mas dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram rotineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação. São desenhos rápidos, registros de questões temáticas ou compositivas depois desenvolvidas na gravura, escultura, aquarela ou pintura. Ele também se serviu da fotografia como instrumento de trabalho, fixando poses e cenas que desejava explorar na obra plástica. Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possível acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias linguagens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alemanha até a última produção da década de 1950, no Brasil.
Lasar Segall (1889 – 1957) nasce na cidade de Vilna, Lituânia, na época sob domínio da Rússia do czar Nicolau II. Filho de um escriba da Torá, o texto sagrado do judaísmo, em 1906 o jovem judeu russo deixa a comunidade ortodoxa de origem para fazer sua formação artística na Alemanha. Freqüenta, por pouco tempo, as Academias de Berlim e Dresden, cidade para onde se transfere em 1910 e onde surgira, cinco anos antes, o grupo A Ponte, precursor do Expressionismo alemão. Em pouco tempo é reconhecido como representante da segunda geração dos expressionistas, jovens que revolucionaram toda a produção artística européia, com sua proposta de uma arte “interiormente verdadeira”. Segall reside em Dresden até 1921, quando volta a Berlim para, em fins de 1923, emigrar para o Brasil. O desejo de integração no novo mundo se reflete na mudança do colorido de suas telas. No primeiro autorretrato feito no Brasil, ele pinta a face de marrom, irmanado aos tipos de negros e mulatos. Nas décadas seguintes, a pintura de Segall, de larga e profunda influência no meio artístico brasileiro, promove uma síntese emocionante entre sua herança européia e a capacidade de olhar e viver o novo.
Vera d’Horta
Serviço
Abertura: 16 de julho, sábado
Exposição: de 16 de julho a 14 de outubro de 2012
Horário: diariamente das 11h00 às 19h00
Fechada às terças-feiras