01/01/2005 a 04/08/2008

A exposição apresenta a obra de Lasar Segall (1889 – 1957), segundo um itinerário crítico, destacando as principais mudanças em seu projeto poético, desde as primeiras obras do período alemão até seus últimos anos de vida.
Essas mudanças são indicadas pelos textos que acompanham as obras em destaque.
Lasar Segall nasce em 1891 na comunidade judaica de Vilna, na Lituânia, nessa época sob domínio da Rússia czarista. Em 1906, ele vai para a Alemanha, ingressando na Academia de Berlim. Os trabalhos que produz até 1910 mostram uma personalidade artística em formação, marcada mais pela forte ligação com a cultura de origem do que pela influência acadêmica. Os assuntos de Segall são a figura humana retratada em ambiências interiores, os temas judaicos e as ruas da cidade natal com seus habitantes sofridos.


Figura de homem com violino, c. 1909
óleo sobre papelão
71 x 51 cm

Vilna e eu, 1910 ?
litografia sobre papel
40 x 27,5 cm

Aldeia russa, 1912 ?
óleo sobre tela
62,5 x 80,5 cm

Autorretrato II, 1919
óleo sobre tela
68 x 58,5 cm

Mulheres errantes – II versão, 1919
xilogravura sobre papel
23 x 29 cm

Interior de pobres II, 1921
óleo sobre tela
140 x 173 cm

Rua, 1922
óleo sobre tela
131 x 98 cm
A mudança para o Brasil, no final de 1923, onde já moravam alguns de seus irmãos, repercute intensamente na produção de Segall. Ao trocar o clima opressivo da vida alemã pela amplidão dos espaços brasileiros, uma revolução se processa em sua alma e em sua pintura. Mais tarde ele iria declarar que foi em terras brasileiras que teve a revelação do “milagre da cor e da luz”.


Menino com lagartixas, 1924
óleo sobre tela
98 x 61 cm

Encontro, 1924
óleo sobre tela
66 x 54 cm

Paisagem brasileira, 1925
óleo sobre tela
64 x 54 cm

O bebedouro, 1927
aquarela sobre papel
49,5 x 67,5 cm
Em 1928, por um período de quatro anos, Segall retorna à Europa com a esposa brasileira Jenny Klabin Segall e o filho Mauricio. Residem em Paris, onde, em 1930, nasce Oscar, segundo filho do casal. O recolhimento doméstico estimula o intimismo da obra e os temas da pintura – maternidades, judaísmo, naturezas-mortas, paisagens bucólicas.


Duas mulheres do Mangue com persiana, 1928
ponta-seca sobre papel
23,5 x 17,5 cm

Casal do Mangue, 1929
xilogravura sobre papel
24 x 18,53 cm

Dois nus, 1930
óleo sobre tela
100 x 73 cm

Maternidade, 1935
bronze
56 x 40,5 x 44 cm
Segall volta ao Brasil em 1932, instalando-se definitivamente em São Paulo, na casa projetada por seu cunhado, o arquiteto modernista Gregori Warchavchik. O Museu Lasar Segall está instalado nos espaços que eram de sua casa e de seu ateliê, adaptados a essa nova finalidade.


Navio de emigrantes, 1939/41
óleo com areia sobre tela
230 x 275 cm

Gado na montanha, 1939
óleo com areia sobre tela
60 x 65 cm

Jovem de cabelos compridos, 1942
óleo sobre tela
65 x 50 cm
Segall retoma, na década de 1950, temas freqüentes em sua obra anterior. Eles constituem as séries das Erradias, Favelas e Florestas. A pintura dessa época caminha à procura da sublimação dos temas, da transparência da matéria e da verticalização das formas, às vezes representadas pelo corpo esguio das erradias, outras vezes pelos longos troncos das árvores.


Favela I, 1954/55
óleo com areia sobre tela
65 x 50 cm

Floresta crepuscular, 1956
óleo com areia sobre tela
131 x 97,5 cm

Floresta, 1957
aquarela e guache sobre papel
22,4 x 46 cm