07/11/2015 a 22/05/2017
Esta Mostra apresenta um panorama da produção de Lasar Segall, com enfoque especial na “Fase Brasileira” e seus desdobramentos, sem deixar de lado períodos e tendências importantes, como a sua produção inicial, fortemente influenciada pelo impressionismo e pelo período expressionista, até obras dos fins da década de 1950. A exposição conta também com objetos de seu ateliê e residência, bem como textos de autoria do artista, contextualizando cada período abordado.
Os textos, elaborados durante toda a sua trajetória, revelam sua visão de mundo e de como concebia o papel do artista e das artes na sociedade. Foram editados na íntegra na publicação Museu Lasar Segall/Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural. Lasar Segall: textos, depoimentos e exposições (2. ed. aum. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1993). Suas Idas e vindas fazem parte de seu percurso pessoal e artístico. Temas como emigração, florestas e retratos, o Mangue carioca são trabalhados e revistos, reforçando identidades, singularidades e injustiças sociais. Segall é um artista múltiplo, com transições estéticas, temáticas e expressivas recorrentes durante toda a sua produção. Sensível aos principais fatos históricos, ocorridos na primeira metade do século XX, sua arte reflete, em boa parte, uma visão crítica da sociedade ocidental e seus rumos.
Assim… Chegar
Filho de um escriba da Torá (O Pentateuco), Segall nasce em Vilna, Lituânia, em 1889. Desse período, Segall recorda: “[…] o que sobre mim exercia a maior fascinação era observar como meu pai copiava a ‘Torá’. Com tinta profundamente preta, do negror do piche, por ele próprio preparada, formava sobre o pergaminho branco ou amarelado, também preparado por ele, os monumentais caracteres hebraicos. Também eu tentava desenhar essas letras, pintá-las, enriquecê-las com ornamentos de minha invenção”.
Partir
Em 1906, vai para Berlim, Alemanha, e ingressa na Academia de Belas Artes. Segall, como estrangeiro, relata sua chegada “[…] Encontrei-me num mundo que me era completamente estranho; outra gente, outros costumes, outra língua. Parecia-me ter caído sobre um planeta desconhecido, tão diferente era esse mundo daquele em que eu me criara […]”.
Chegar
Em 1910, muda-se para Dresden, Alemanha, onde frequenta a Academia de Belas Artes. Este é um dos principais períodos na vida de Segall, durante o qual aperfeiçoa sua técnica, participa ativamente do movimento expressionista e convive com inúmeras personalidades do mundo das artes. Em 1912, viaja para a Holanda.
Partir
Encontro com o Brasil. Primeira viagem em 1913, momento em que expõe seus trabalhos em São Paulo e Campinas. Retorno a Dresden. Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial e o conflito entre Alemanha e Rússia, Segall é expulso da Academia e permanece até 1916 em Meissen, cidade próxima a Dresden. No final de 1916, volta para Vilna e encontra a cidade destruída pela guerra. Diante desse cenário realiza uma série de gravuras e desenhos. Retorno a Dresden.
Chegar
Em 1923, volta ao Brasil onde fixa residência em São Paulo. Conhece o Rio de Janeiro e se encanta com sua geografia e sua população. Nesse período, executa vários desenhos e gravuras de negros, favelas e concebe a série “Mangue”, a qual finaliza mais tarde em Paris. Inicia sua série denominada “Fase Brasileira”, substituindo temporariamente os ocres, cinzas e pretos pelos vermelhos, verdes e amarelos.
Partir
Em 1928, viagem a Paris onde permanece até 1932. Nessa fase, começa a produzir suas primeiras esculturas. Em 1929, visita Kandinsky, Lyonel Feininger, Marcel Breuer e Moholy-Nagy, na Bauhaus de Dessau, Alemanha.
Chegar
Retornando ao Brasil, fixa residência na Rua Afonso Celso, atualmente sede do Museu Lasar Segall.
Idas e vindas
Em 1935, entre São Paulo e Campos de Jordão (SP), o artista executa grandes séries, como as suas “Florestas”, fortemente influenciadas pela natureza local. Mário de Andrade, seu crítico mais importante, exalta esse período como “sensação de uma serenidade grave, de uma vida silenciosa”.
Partir
Segall morre em 2 de agosto de 1957 em sua residência. Em 1967, na Rua Afonso Celso, por iniciativa da viúva Jenny Klabin Segall e dos filhos Mauricio e Oscar, é criado o Museu Lasar Segall.
Museu Lasar Segall
Novembro de 2015